Título: “Entre o antigo e o moderno: um casamento perfeito entre a velha alquimia e a moderna medicina nas origens da Royal Society de Londres.”

É muito difundida a noção de que a ciência moderna nasceu a partir de uma série de rupturas radicais com o conhecimento antigo, durante o século XVII, a que se chama de “Revolução Científica”. Da mesma maneira, se considera as sociedades e academias, criadas nessa época para discutir a ciência nascente, enquanto lugares onde se evitava a contaminação das novas ideias, jamais permitindo a entrada de conhecimentos antigos como a alquimia, a astrologia e outros semelhantes. Mas, dificilmente se faz por decreto qualquer mudança radical no pensamento de uma época. E, nesse caso, talvez a famosa “Revolução Científica” tenha sido menos revolucionária em suas origens e mais longa do que se imaginou. Pretendemos mostrar, através de uma série de cartas, receitas e outros documentos, escritos há cerca de 350 anos atrás e pertencentes à Royal Society de Londres, que ali conviveram antigas ideias sobre a matéria e seus lides no laboratório com o que de mais moderno havia nesse período.