USP - Universidade de São Paulo
Universidade de São Paulo

Universidade e Desenvolvimento de Medicamentos

Prof. Dr. SERGIO HENRIQUE FERREIRA
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

12 de maio de 2010, 16h, anfiteatro – 26ª PALESTRA

Resumo: “Há dois tipos de desenvolvimento de medicamentos: a) baseado na química medicinal ou b) a partir de produtos naturais, plantas e extratos de tecidos ou venenos. O desenvolvimento de qualquer medicamento necessita de um esforço multidisciplinar, raramente encontrado em instituições universitárias ou instituições especializadas. É essa a grande força das indústrias de medicamentos que, em geral, organizam sua equipe de profissionais de alto nível, com a finalidade de desenvolver um determinado produto. O ponto importante desse processo é o dueto farmacólogo-químico medicinal. O farmacólogo escolhe o bio-ensaio (ou ensaio bioquímico) que ele admite mimetizar o evento fisiopatológico que se pretende controlar. Também controla seu desenvolvimento, utilizando ensaios que permitam descartar os efeitos tóxicos indesejados que ocorrem nas drogas já desenvolvidas. Já o químico medicinal trabalha inicialmente com protótipos escolhidos e bibliotecas de reagentes ou baseado na estrutura de receptores farmacológicos. Desenha novas drogas, sintetiza e entrega ao farmacólogo. Este por sua vez analisa a sua potência e decide se tal produto é o desejado para ser testado como medicamento. Quando é feita a toxicologia, animal–real é necessário gramas-quilogramas, pois é este material que será usado nos primeiros ensaios clínico-toxicológicos. Paralelamente, são realizados outros ensaios clínicos para provar a hipótese do mecanismo de ação da droga em desenvolvimento. Quando se chega ao produto final, sintetizam-se vários análogos ou estruturas semelhantes, porém modificadas e para evitar cópia do produto. Nesse caso, patenteia-se o método de extração. Assim, será garantido, pelo menos em parte, o seu mercado, principalmente quando o possuidor da patente for o lançador do produto.”